vó Ana era velha
até a palma da mão era velha
mas vó Ana abria caminhos
no meio da mata
as árvores acendiam passagens
e vó Ana descia o centro da mata
com um raio
vazão de auroras
até a nascente do rio
ao rés-do-chão
estendida na mata
vó Ana colhia
estilhas de sol
Poema do livro Memorial dos meninos | Rudinei Borges | 2014