Tenaz. Cavo.
Menino
perdido.
Três dias
esquecido no mato.
Menino
encontrado vivo.
Menino
encontrado morto.
Guardador de
oráculos.
Remos e
barcos.
Tábuas
partidas e canoas.
Pastor
inefável do fundo do rio.
Velho violeiro
do cais.
Pescador de lampreias.
Nas mãos o
rastro de foices
desenha
canteiros de açucenas.
Nos pés a
aurora campeia
rumo às
colinas.
Amor que
rebenta da tarde.
Filho mais
velho do vento.
Filho mais
novo do tempo.
Irmão do meio
da noite.
Tudo em mim é
porto.
Barcos imaginários.
Trens
imaginários.
Casa e homens
de barro.
Rostos e mãos
tecidos de luz.
Poema do livro Memorial dos meninos | Rudinei Borges | 2014