Banzeiro


precisava
encontr(ar) tendas e ventres 
(ar)mados
seguir
rastros
dormir
afoito
volt(ar)
cedo
para casa
olh(ar) firme
o retrato
de Gian Giacomo Caprotti
entre foices
na escrivaninha
precisava am(ar) vozes de corpos desc(ar)nados olhos cruciantes
lábios
infecundos 
a manhã escura que vi nascer nos teus braços
precisava
ouvir
bramidos
cultiv(ar) asas
de alcatrazes
no alpendre
pele bege-rosada espelho atado num alt(ar) em chamas

Banzeiro | Poema do livro Memorial dos meninos | Rudinei Borges | 2014